Líderes da mudança geralmente são líderes de demissões, mas não deveria ser assim, segundo o consultor Jim Hemerling, do Boston Consulting Group, que dá sua definição de líder
Para você, mudança é sinônimo de demissão em massa? Para muitos executivos é – sejamos sinceros.
Segundo Jim Hemerling, sócio e diretor da área de pessoas e mudança do escritório de San Francisco do Boston Consulting Group (BCG), um dos motivos de a mudança estar sempre associada a demissões é que geralmente os líderes esperam para agir em momentos de crise, com foco no curto prazo. Só que não precisaria ser necessariamente assim.
Para que a mudança corporativa seja tão estimulante quanto a pessoal, ele levanta cinco imperativos fundamentais, que têm garantido seu sucesso em eventos como o TEDx-Paris.
- Inspirar pelo propósito. A maior parte das mudanças tem metas financeiras e administrativas que podem ser estimulantes para as lideranças, mas não para toda a equipe. Em geral, as pessoas precisam de um senso profundo de propósito para se conectar à mudança. “Falar sobre inovação diz muito menos do que demonstrar o que a inovação pode produzir na vida das pessoas ou da sociedade”, explica Hemerling.
- Apostar todas as fichas. Muitas mudanças são apenas demissões em massa disfarçadas e, assim, não têm credibilidade alguma. “Você pode se dispor a perder peso para fazer uma maratona, mas isso não vai levar você a cruzar a reta de chegada. Para vencer, você precisa apostar todas as fichas, com iniciativas que ajudem a empresa a continuar ganhando no médio prazo, que promovam o crescimento e que realmente mudem como a organização funciona.”
- Capacitar as pessoas para obter sucesso durante a mudança (e depois). É preciso garantir que as pessoas estejam preparadas para enfrentar a mudança, o que deve ser planejado em paralelo, para que elas se sintam parte do processo. Também é importante saber que em épocas de mudança as pessoas precisam ter mais habilidades do que normalmente era exigido delas.
- Criar uma cultura de aprendizado constante. Uma empresa fechada em silos não é um ambiente favorável ao aprendizado. Essa é uma mudança cultural importante e que exige realmente uma mudança de mentalidade. E uma das prerrogativas cruciais é aprender a ouvir as pessoas para trazer o melhor de cada uma delas.
- Ser diretivo e inclusivo. Além de ter visão, traçar um bom mapa da rota com metas claras e saber responsabilizar os outros pelos resultados, o líder precisa ser inclusivo, aberto ao debate, tendo consciência de que há pessoas que podem estar vendo o que ele não está. “Mudar é preciso, mas isso não tem de ser tão penoso”, conclui Hemerling.