Quando falamos de futuros, no fundo estamos construindo uma soma de narrativas e visões de possibilidades. Criar diferentes histórias ajuda a estruturar cenários com menor risco de vieses. Dessa perspectiva, podemos contar duas histórias diferentes até 2050, envolvendo a sociedade e a economia: uma de colapso, outra de transformação. Em ambas, teremos de lidar com consequências das decisões tomadas, principalmente nos próximos oito anos.
As histórias que contamos sobre o futuro encaixam-se sempre em uma de quatro categorias. Ou contamos histórias em que as mudanças no presente continuaram acontecendo e acabaram gerando resultados maiores do que temos hoje, ou então contamos como essas mudanças serão contidas por forças internas e externas. Também contamos histórias de como essas novidades do hoje criarão uma quebra dramática e abrupta no sistema amanhã, e contamos ainda como mudanças no presente se conectarão de forma sem precedentes, criando um novo sistema.
Quando fazemos um exercício sério de prospectiva estratégica, é fundamental contarmos todas essas quatro histórias e fazê-las igualmente críveis e engajadoras, sob pena de nos tornarmos cegos para ameaças e oportunidades em vista de nossos vieses. Mas a humanidade está em uma encruzilhada. Mudanças climáticas e a catástrofe ambiental estreitaram significativamente o cone das possibilidades, a tal ponto que somente nos resta contar duas histórias sobre o mundo em 2050:a história do colapso e a história da transformação.
A história do crescimento