Em todo o mundo, noto a crescente influência cultural, social e econômica das mulheres”, assegura Paco Underhill. O comentário não é superficial; ele é especialista em tendências de consumo, treinado na arte de observar, e faz quase 30 anos que se dedica a realizar exaustivas pesquisas de mercado. Por meio de câmeras de vídeo instaladas em locais comerciais, filma os compradores em ação e depois analisa minuciosamente as gravações em busca de padrões de consumo e hábitos de compra. Primeiro estudou o comportamento dos compradores em todo tipo de lojas, depois se concentrou nos shopping centers e, por fim, nas particularidades das consumidoras.

Ele trabalha com a hipótese de que o mercado se tornou “female friendly” (amigável com as mulheres), ou seja, o avanço social e profissional das mulheres impacta cada vez mais o design das embalagens, os automóveis e as roupas, e também os hotéis, escritórios e restaurantes.

Muitos já conhecem o exemplo do que as mulheres buscam de diferente em hotéis, mas vale repeti-lo, porque pode ser didaticamente generalizado para os mais variados tipos de serviços. Nas últimas décadas, quase todas as grandes cadeias hoteleiras do mundo repensaram seus ambientes e serviços levando em conta seus hóspedes do sexo feminino, porque as viagens de negócios passaram a ser uma atividade também realizada por mulheres. As mudanças empreendidas em função delas vão desde a adoção de travesseiros mais macios até a presença de aromatizadores de ambiente nos quartos.