O risco climático é também um risco para os negócios empresariais. Por isso, é preciso conectar de forma estratégica os objetivos corporativos e ambientais para construir um futuro mais positivo e sustentável.
Não é novidade que a pauta ESG (governança ambiental, social e corporativa, na tradução) chegou para ficar nos conselhos executivos das organizações. Questões ambientais, sociais e de governança têm norteado discussões que passam pelas mais diversas esferas de negócio – inclusive trazendo luz para o papel da alta liderança como vetor de transformações. Mas a questão é: toda essa discussão está de fato levando à ação? Nos próximos dias, a COP 28 (Conference of the Parties, na sigla em inglês) vai trazer à tona as perspectivas ambientais para os próximos anos. E é neste momento que o papel das organizações – e, claro, da camada de liderança que toma decisões – se torna ainda mais urgente.
Neste cenário, A COP, fórum anual realizado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, tem sido relevante ao reunir diversos atores para debater o aquecimento global, seus impactos e compromissos assumidos de adaptação ou mitigação. São governos, sociedade civil, pesquisadores e empresas compartilhando suas estratégias para redução de emissões, para desenvolver o mercado voluntário de carbono, suas soluções baseadas na natureza e justiça climática. Embora o nível de evolução entre uma COP e outra seja pequeno, em 2022 pudemos constatar alguns ganhos importantes.
Um deles foi a aprovação do Fundo de Perdas e Danos. Pela primeira vez em muitos anos de COP, os governos discutiram a maior responsabilidade dos países desenvolvidos no aquecimento global e por isso a necessidade de reparação. O objetivo deste fundo é ajudar financeiramente os países menos desenvolvidos (e mais afetados com os efeitos do clima). Outro destaque é o estímulo ao investimento em soluções baseadas na natureza – que é um grande potencial do Brasil, sobretudo via sistemas agroflorestais que otimizam o uso da terra. Neste aspecto, por exemplo, existe uma grande oportunidade de parceria entre empresas, governo e comunidades locais.