Empresas e fundos de investimento tentam vincular marcas e produtos à sustentabilidade, mas nem sempre estão amparados em práticas concretas; assim, o gestor está sempre correndo o risco de perder o equilíbrio. Há nove modos de tornar a travessia mais segura
Quem diria que três letras – E, S e G provocariam, de uma hora para outra, tanto frisson no mercado corporativo brasileiro. O sentido de urgência para ter práticas melhores nos fronts ambiental, social e de governança é real, bem como é real sua relevância, que andava negligenciada. Mas o novo coronavírus parece ter acordado no susto os fundos de investimento e empresas, que começaram uma corrida maluca rumo ao ESG.
O que acontece conosco quando entramos numa correria desenfreada? Ficamos mais sujeitos a tropeços, a trombadas, a tomar a direção indesejada. Com as empresas, é a mesma coisa. E é exatamente isso que estamos vendo acontecer com a correria empresarial do ESG. Líderes e gestores vêm cometendo seguidos erros de estra-tégia e de execução, que se convertem em erros de comunicação. Querendo mostrar serviço logo, distorcem os resultados. Esse fenômento tem nome e tudo: “ESG-washing”.
“Estamos falando como nunca em questões sociais, ambientais e de governança, e isso é muito positivo”, afirma João Paulo Pacifico, CEO do Grupo Gaia, empresa financeira especializada em securitização. “Mas vemos uma falta de coerência ainda muito grande entre o falar e o fazer.”