O varejo já está de pernas para o ar por culpa da empresa de Jeff Bezos, mas ele insiste que ainda está no primeiro dia de uma longa jornada. O que vem depois?
O futuro das compras, segundo a Amazon, será: “O que você quiser, na hora em que quiser, onde quiser, com a rapidez que quiser”. É para isso que se prepara a gigante norte-americana do varejo, cujo tamanho quadruplicou nos últimos cinco anos para chegar aos US$ 61 bilhões de faturamento anual. Por enquanto, seu palco principal está nos Estados Unidos. Depois de adquirir empresas inovadoras do setor, como a Zappos, ela tem como principal arma a velocidade da entrega. Com investimentos pesados em centros de distribuição mais próximos dos clientes e em robôs, para montagem e para entrega das encomendas (os drones), a empresa já tem até um programa embrionário de entrega no mesmo dia, chamado AmazonFresh. E o que limitava seu crescimento –a intenção de fugir dos impostos– não existe mais. Em sua jornada, a Amazon está comprando a lealdade dos clientes e isso lhe custa lucros minguados (a companhia teve lucro líquido de apenas US$ 82 milhões no primeiro trimestre de 2013), mas os centros de distribuição, o Amazon Prime e agora o AmazonFresh vêm chegando à maturidade.
Isso tende a mudar todo o setor varejista e fazer muitas vítimas. Estima-se, por exemplo, que 10% dos maiores shoppings dos Estados Unidos, já esvaziados, vão fechar na próxima década. Alguns concorrentes tentam reagir com as mesmas armas, como Google, eBay e Walmart.com, que começou a testar a entrega no mesmo dia em cidades específicas, entregando os itens a partir de suas lojas.
A primeira coisa que quase todo mundo nota em Jeff Bezos é como ele caminha a passos largos ao entrar em uma sala. Figura surpreendentemente pequena, de calça jeans e camisa listradinha abotoada, o fundador e CEO da gigante do varejo online Amazon abre a porta de supetão e toma conta do espaço com voz explosiva e atitude confiante.