Em entrevista exclusiva, Cledorvino Belini, presidente da Fiat Chrysler para a América Latina e responsável por uma receita líquida de 11 bilhões de euros (2012) e 29 mil funcionários, fala das mudanças que tem feito, das que fará e o que o capacita a fazê-las
Os brasileiros que vivem na Itália se enchem de orgulho quando os jornais dão notícias sobre a Fiat. É que, volta e meia, o melhor desempenho, seja em resultados, seja em inovação, é associado à subsidiária do Brasil. O mérito se atribui, em parte, à liderança do CEO que vem inspirando os funcionários desde 2004, Cledorvino Belini.
Esse paulistano empreendeu uma série de transformações na filial instalada no Brasil, e o fez bem antes das grandes mudanças realizadas no negócio da família Agnelli, em 2012, quando esta consolidou seu controle da norte-americana Chrysler e separou o grupo em dois. (Assim surgiram a Fiat Industrial, divisão de caminhões e tratores, e a Fiat S.p.A., de automóveis, autopeças e correlatos, que, por sua vez, foi dividida em quatro regiões. O CEO do Brasil passou a responder pela América Latina –Latam.)
No ano passado, Belini virou personagem de livro. Ele inspirou os especialistas Betania Tanure e Roberto Patrus a escreverem A Virada Estratégica da Fiat no Brasil (ed. Campus/Elsevier). Isso porque ele é a materialização do que Tanure definiu como “líder transformador” na própria HSM Management [nº 87, página 30], reunindo cinco traços: visão de futuro, credibilidade, poder de relacionamento mobilizador, comportamento “agridoce” e elevado autoconhecimento.