Reportagem disseca como a psicologia positiva entrou de vez no mundo corporativo. Autores como Tal Ben-Shahar garantem que a felicidade pode ser alcançada com mudança de atitude e explicam como ela afeta o desempenho
Tal Ben-Shahar fala baixo e sem pressa. Em alguns momentos, sua voz quase desaparece e ele sempre pensa antes de responder. Trata o interlocutor de modo gentil e respeitoso. “Desde Confúcio e Aristóteles, o ser humano sempre procurou a felicidade”, explica o autor dos best-sellers Seja Mais Feliz (ed. Academia de Inteligência) e Happier (ed. McGraw-Hill). Professor do Centro Interdisciplinar de Herzliya, em Israel, onde dá aulas sobre felicidade, Ben-Shahar se destaca por oferecer o curso mais concorrido de Harvard, que fala sobre psicologia positiva.
Quando alguém faz a inevitável pergunta sobre a fórmula da felicidade, parte da resposta vem das pesquisas, que apontam que não é o sucesso que traz a felicidade, e sim o contrário. Encarar a vida com bem-estar e alegria e assumir uma postura positiva também são atitudes que caracterizam as pessoas felizes.
Todo mundo quer saber como se chega a essa condição. Durante dois anos, um grupo de pesquisadores do Institute for the Future analisou 150 recém-formados, com o objetivo de aferir o nível de felicidade. Uma de suas descobertas foi que os que tinham sido bem-sucedidos não se sentiam melhor por terem dinheiro ou fama, mas que, longe de criar satisfação, a conquista material gerava desconforto. “Quando o desejo por bens materiais nos domina, ficamos incapazes de participar de atividades que poderiam aumentar a sensação de felicidade”, concluiu o estudo.