A saga de livros Harry Potter já vendeu mais de 500 milhões de exemplares. No entanto, antes de alguma editora querer publicá-lo, várias recusaram a proposta de J. K. Rowling, como já é sabido. No Brasil, quando o livro já chegava nas livrarias inglesas mas ainda não tinha repercussão, uma grande editora recebeu o original e declinou, inclusive. Os gestores dessas editoras eram incompetentes? Não. O que aconteceu é que não estavam abertos  ao novo, uma história que se repete todos os dias, em todas as empresas, e talvez o leitor mesmo tenha alguns episódios desse em seu currículo. 

Várias abordagens são propostas para evitar essa cegueira em relação ao diferente, que é bastante indesejável para os negócios e até perigosa em uma época em que as startups e o empreendedorismo inovador ditam  novas regras competitivas. Minha visão é de que talvez o maior obstáculo para enxergar o novo seja a fragmentação do indivíduo, a existência de diversas partes dentro de nós. A fragmentação nos impede de ter uma  inteireza na ação e, consequentemente, impede nossa conexão com o que está fora de nós.

A fragmentação também é o maior obstáculo à alta performance, ou, como gosto de dizer, à autoperformance. “Só há um lugar para você procurar pelo seu melhor. E esse lugar é dentro de si mesmo.” Uso essa frase para ajudar a explicar outro conceito com o qual trabalho, a partir de uma ressignificação dessa palavra, que é o conceito de autoperformance. Para mim, autoperformance significa trabalhar a performance voltada para dentro. Quanto mais trabalhamos nossas questões internas, mais podemos evoluir nelas, o que vai refletir posteriormente na nossa performance no ambiente externo. A autoperformance conduz à alta performance.