Sua oferta de assinaturas aos consumidores que dão acesso ilimitado a 25 milhões de músicas por streaming irrita alguns artistas. Mas, possivelmente, esse modelo de negócio salvará a indústria fonográfica mundial
Bem no início, quando tentava convencer a indústria da música a cooperar com seu serviço de streaming, Daniel Ek, um dos fundadores do Spotify, convocou uma reunião com os diretores de grandes selos musicais da Suécia. Na época com 20 e poucos anos de idade, Ek inocentemente deixou de avisá-los de que o encontro seria em grupo. Quando todos chegaram, foi um constrangimento geral. Advogados foram chamados às pressas para afastar possíveis preocupações com truste.
“Isso revela quanto eu sabia sobre o que se pode e não se pode fazer na indústria da música”, conta Ek. O momento, porém, foi perfeito. O setor estava em frangalhos e a Suécia era líder global da pirataria, lar orgulhoso do notório hub de compartilhamento Pirate Bay e lugar onde os fãs viam a música grátis como um direito. “Vejam, a Suécia é a ovelha negra do mundo”, disse Ek a eles.
Mas ele não estava ali para deprimir seus convidados. Na verdade, oferecia uma tábua de salvação: ajudar os suecos a ser “retreinados” no sentido de pagar por música digital, baixando-a de maneira mais rápida, mais fácil e menos arriscada do que a da pirataria. “Acho que podemos fazer isso, mas vou precisar da ajuda de vocês.” Os executivos não estavam otimistas, porém concordaram em dar uma chance a Ek. Eles não tinham nada a perder, afinal.