Como a empresa familiar brasileira está bastante associada a questões emocionais e afetivas, próprias de nossa cultura, quando é necessário mudar sua dinâmica, podem surgir muitos conflitos de interesse. O risco é que os reflexos negativos de tais situações levem à descapitalização da empresa, à falta de disciplina, à utilização ineficiente dos administradores não familiares.
Nas empresas familiares, a preparação para a sucessão ocorre, muitas vezes, de forma vivencial e indutiva, com base na experiência prática de convivência entre sucessor e sucedido, sem o estudo adequado do perfil do sucessor para o cargo que vai ocupar na empresa. A questão da transição, infelizmente, ainda é encarada por parte expressiva dessas empresas sem qualquer processo adequadamente sistematizado de aprendizado, como a realização de benchmarkings, estudos ou cursos na área de Gestão de Negócios.
o Brasil, as empresas mais expostas ao problema da sucessão são as pequenas e médias, pois devem promover simultaneamente a transição do capital e a do poder. Já as grandes empresas, mais preparadas, muitas vezes lideradas por executivos contratados e com capital aberto e acessível no mercado financeiro, atravessam essas transições de forma mais planejada e com menos tropeços.