Durante séculos, especialistas predisseram que máquinas tornariam os trabalhadores obsoletos. Esse momento pode estar finalmente chegando. Será bom? Vale pensar sobre três cenários de futuro e a reinvenção dos papéis institucionais
O fim do trabalho ainda é apenas um conceito futurista na maior parte do mundo, mas é um marco na cidade de Youngstown, Ohio, Estados Unidos, e tem data precisa: 19 de setembro de 1977. Foi nesse dia que a siderúrgica Youngstown Sheet and Tube anunciou o fechamento de sua usina. Em cinco anos, a cidade perdeu 50 mil empregos e US$ 1,3 bilhão em salários anuais.
Graças às aciarias, Youngstown era um modelo do sonho americano. Mas a manufatura migrou para o exterior depois da Segunda Guerra Mundial, o aço de Youngstown perdeu espaço e a cidade caiu em desgraça.
A ruptura não foi só econômica; os aspectos psicológico e cultural também foram afetados. Depressão, abusos domésticos e suicídio se tornaram muito mais comuns. “A história de Youngstown mostra que, quando os empregos acabam, a coesão cultural de um lugar é destruída”, diz John Russo, professor de estudos do trabalho da Youngstown State University.