O mundo corporativo se debruça sobre a volta ao escritório e está em segundo plano a conversa sobre o bem-estar emocional, como se esse desafio estivesse vencido. Não está.
Chegou mais uma segunda-feira. E, com ela, a lembrança de tarefas atrasadas que se acumulam com as demandas da nova semana. De um lado, o filho, ainda criança, pede ajuda com a tarefa da escola. Na tela do computador, surge o lembrete de mais uma reunião virtual (cujo assunto possivelmente poderia ter se resolvido em um e-mail). É assim semana após semana. Com o passar dos meses, fazer qualquer tarefa demanda cada vez mais tempo e esforço. Até que a taquicardia e a sensação de esgotamento se tornam frequentes, assim como a dificuldade para se concentrar. Trabalhar virou um fardo.
Esses são alguns comportamentos e subsequentes sintomas apresentados por uma pessoa com síndrome de burnout, associada ao excesso de trabalho. Segundo estimativas da subsidiária brasileira da International Stress Management Association (Isma), três em cada dez pessoas apresentam esse tipo de estresse no País atualmente. Além disso, a pandemia deixou os trabalhadores do Brasil ainda mais ansiosos, insones e depressivos do que já estavam, de acordo com uma pesquisa realizada em agosto pelo Datafolha a pedido da plataforma de saúde mental Zenklu.
Recentemente, o Zenklub divulgou o Índice de Bem-estar Corporativo, a partir de um levantamento com mais de 1.600 respostas de funcionários de 335 empresas, cuja nota de bem-estar foi de 49,25, numa escala de 0 a 100. As empresas brasileiras ficaram abaixo do índice ideal de 78. Alguns dos fatores que influenciam esse dado geral são o alto volume de demanda e o fator de adição ao trabalho.