Está errado acostumar os gestores à ideia de que ser ético não custa nada e até melhora as vendas
Vamos falar de ética? Vai ser este o tema de minha primeira coluna. E começo pela pergunta: a ética é um bom negócio? Muitos dizem que sim, recomendando aos empresários que sejam éticos porque isso contribui para a boa imagem de sua empresa. Mas respondo que não. Com todas as letras: a ética não é um bom negócio. Justamente porque ética não é negócio. A conduta ética é inegociável. Muita coisa é negociável na vida, a começar por preços e salários. Uns e outros se decidem no mercado, num jogo entre oferta e procura. Tudo bem.
Segundo a doutrina que eu critico, a ética ajudaria as empresas a passar a consumidores e fornecedores a imagem de que elas respeitam os empregados e a natureza, de que seus produtos são bons, de que podemos confiar nelas. Tudo isso é positivo. Cumprir leis e princípios morais é bom. Nada contra, se isso beneficiar a imagem da marca. Mas basta você falar em vantagem que sai do mundo da ética.
A ética é sempre um mau negócio, porque é inegociável; quer dizer que faço o que é certo mesmo que vá à falência