A evolução da tecnologia está transformando nossa relação com o tempo e isso afeta diretamente os negócios. Grandes companhias, que foram referência em inovação por décadas, se transformam em operações obsoletas em poucos anos. O novo momento exige agilidade e mobilidade, o que parece ser incompatível com organizações tradicionais, que acabam vendo na transformação digital a solução para esse paradoxo.

O tema está na agenda dos principais executivos do mundo. “The Silicon Valley is coming”, disse Jamie Dimon, CEO da JPMorgan Chase referindo-se às fintechs, empresas digitais do mercado financeiro que provém, como outras startups, as palavras mágicas do momento: as chamadas “experiências diferenciadas” para os consumidores. E, neste cenário, o mais comum é vermos as companhias tradicionais trilharem praticamente o mesmo caminho: elas buscam inspiração nas empresas de tecnologia. Querem ser velozes como o Google, capazes de gerar experiências como a Apple e de entender os clientes como a Amazon. Quem sonha grande quer ser uma combinação das três.

Mas, quanto mais antiga e bem-sucedida, mais lenta tende a ser a instituição. Essas empresas, chamadas de slow by design por Eric Schmidt, CEO do Google, são construídas em torno de grandes estruturas complexas, departamentais e burocráticas. Têm uma cultura tipicamente voltada para evitar riscos, diminuir erros, preservar territórios.