Somos obcecados pelo tempo. Talvez porque seja ele uma das nossas maiores fontes de estresse nos dias atuais. A rotina incansável, reuniões e atividades a serem cumpridas, prazos e cronogramas seguidos à risca e, mesmo assim, a sensação é de que o tempo está escorrendo por entre os dedos. E aí bate um sentimento de culpa e uma angústia difícil de digerir.

Essa sensação de desperdício impõe a importância de entender nossa relação com o tempo. Esse tem sido um dos maiores problemas filosóficos desde a Antiguidade. Tarefa difícil de colocar em palavras, o significado do tempo é uma abstração. “Se ninguém me perguntar eu sei, porém, se quiser explicar a quem me perguntar, já não sei”, afirmou Santo Agostinho no Livro XI da obra Confissões, em uma das mais importantes reflexões sobre o tempo na história do pensamento humano.

No documentário "Quanto tempo o tempo tem?", disponível na Netflix, a diretora Adriana L. Dutra avança sobre essa questão nos dias atuais. O filme fala sobre a correria que vivemos em uma época de velocidade e urgência, em que “o futuro parece avançar sobre o presente”. A cineasta entrevista artistas, pensadores, filósofos e cientistas para descobrir essa relação do ser humano com o tempo.