A economia exponencial, alavancada pelas tecnologias e responsável por lidar com problemas complexos, já está em operação. Na abertura do evento, o VP da Singularity University Thomas Kriese deu à plateia brasileira uma noção do que ela é. “Imagine uma maleta mágica que fizesse o dinheiro crescer exponencialmente: ela teria US$ 163 no dia 5 de um mês, estaria com US$ 168 mil no dia 25, US$ 672 mil no dia 27, US$ 5,37 milhões no dia 30. No dia 7 do mês seguinte, já seriam US$ 687 milhões e, por volta do dia 10, US$ 1,37 bilhão”, calculou. Ou seja, no início, os resultados de um negócio passam despercebidos, mas, de repente, ao contrário da economia de crescimento linear, eles explodem.

Esse tipo de economia exige de seus agentes um novo tipo de mentalidade. Para Kriese, precisamos de líderes exponenciais em todas as áreas, e eles têm quatro qualidades: são inovadores, tecnológicos, futuristas e humanistas. Alex Paris, físico brasileiro que estuda o clima na Organização das Nações Unidas, acrescentou que para resolvermos problemas complexos como o do clima nessa era exponencial precisamos de muitos empreendedores e comunicadores. E de mais ambição. Segundo a grafiteira Joana César, uma palestrante improvável, precisamos ficar dentro de um mato fechado, em vez de estar em um lugar feliz e seguro. “O mato sempre foi o lugar dos artistas, onde se pode fazer perguntas e ter dúvidas; agora, quando tudo está falhando e tem de ser consertado, esse é o lugar de todos.” Todos mesmo, na visão do  cientista genético Raymond McCauley, que deseja ensinar até as crianças a hackear o DNA, para podermos nos defender de quem quiser usar a genética para fazer o mal. 

O desempenho das empresas na economia exponencial tem métricas distintas das usuais– o desempenho do ecossistema conta muito, o legado pode pesar mais do que o lucro, horizontalidade e compartilhamento  importam. Todo mundo tem de se converter à economia exponencial imediatamente? Não. Como explicou o futurista Tiago Mattos no Summit, há três economias simultâneas e podemos atuar em qualquer uma delas: a clássica, a digital e a pós-digital, que é a exponencial. Mas os sinais do exponencial são inequívocos, como o leitor pode conferir a seguir. E quem migrar antes vai aproveitar melhor a nova era.