Depois de oito conferências com o presidente dos Estados Unidos, Ursula Burns ainda se pergunta para que serve aquele botão. “Essas reuniões são todas muito coreografadas, protocolares”, diz. “E isso geralmente não tem muito a ver comigo.”

Ela conta sobre o último encontro que teve, durante os debates sobre a crise do endividamento, para discutir formas de estimular a economia. Burns e sete outros CEOs, entre eles os líderes de American Express, Johnson & Johnson, U.S. Steel e Wells Fargo, foram acomodados como pinos grandes demais para o tabuleiro, diante de cartões com seus nomes formalmente escritos, à espera do presidente BaraBarackmObama. No local reservado a ele havia um bloco de notas e uma pequena caixa com um botão vermelho. Burns, em posição de honra à direita de Obama, seria a última a falar. Enquanto esperava, ela pensava se o botão poderia ser a versão executiva do gongo do programa de calouros The Gong Show. Ela pensou consigo mesma: “Talvez ele aperte se não gostar do que falarmos”.

Quando chegou sua vez, Burns relembra, o presidente disse: “Até aqui, tudo bem. Agora é que vai ser dureza”. Ela é conhecida por ser durona. É a primeira mulher afro-americana a liderar uma empresa do tamanho da Xerox, e foi guindada ao poder em 2009, durante a crise que continua a ameaçar a economia mundial e os resultados de sua companhia.