Wellington Vitorino, 24 anos, é seguramente o high potential de maior delta de história de vida que já passou por esta coluna. Natural de São Gonçalo (RJ), filho de pai padeiro e de mãe técnica de saúde bucal, começou a entender o valor do trabalho e do empreendedorismo aos 8 anos de idade, vendendo água e refrigerante na praia de Saquarema.

Em acordo com o pai, reinvestiu algumas vezes o lucro da primeira venda em mais mercadorias e acabou por lucrar três vezes mais do que o próprio irmão, que não quis assumir esse risco. A veia empreendedora tomou conta dele e Mumu – como é carinhosamente chamado – passou a vender de tudo: picolé, sacolé, bolinha de gude, além de catar latinha, papelão, cobre, garrafa para vender no ferro velho. “Era quase a coleta  seletiva de algumas quadras do meu bairro”, diz.

Aos 12 anos, foi vender picolé no batalhão da Polícia Militar e fez uma das negociações mais importantes de sua vida. O coronel condicionou as vendas a um boletim recheado de excelentes notas e essa parceria durou três anos, somando muitos ensinamentos – em especial, o que fez Mumu entender que só ele era responsável por seu sucesso (ou por seu fracasso, se fosse o caso). A renda dos picolés no Batalhão era de R$ 1 mil ao mês, trabalhando 90 minutos por dia, em um Brasil de R$ 380 de salário mínimo na época. Parte dessa renda foi investida na produção e no fornecimento de doces caseiros para comércios locais, e em um ano e meio tinha 22 pontos de venda, atividade que prosperou e durou até seus 17 anos. Mumu é independente financeiramente desde os 12 anos.