Se hoje você for conversar com algum funcionário da Volvo do Brasil, em Curitiba (PR), deverá ouvir histórias de 20 anos atrás. Lá, o tempo é medido em décadas, porque, enquanto o setor demite e recontrata ao sabor das marés da economia, quem entra na Volvo costuma permanecer até a aposentadoria compulsória, aos 60 anos.

Nem a empresa é de demitir, nem o funcionário é de pedir demissão. A companhia, quando precisa, faz acordo de redução de jornada e remuneração, e o funcionário aceita. Este, por sua vez, toma tão raramente a decisão de deixar o emprego ali que o indesejado turnover fica abaixo de 0,5%, ao passo que em outras companhias do setor pode chegar a 10%.

O que torna a Volvo diferente das outras? O segredo, acredita seu diretor de recursos humanos, Carlos Ogliari, é simples, mesmo que pareça anacrônico: “O ‘como’ é muito importante, e, se o ‘como’ é alicerçado em pessoas, nós as valorizamos”.