A organização não governamental Endeavor, que oferece apoio financeiro e estratégico a empreendedores de mercados emergentes com potencial de alto impacto, está hoje em 15 países: os seis maiores mercados da América Latina, África do Sul, Indonésia, Grécia e alguns do Oriente Médio. Quem a fundou, há 15 anos, foi Linda Rottenberg, quando a palavra “empreendedor” não tinha sido difundida na América Latina.

Preocupada com as causas sociais desde os tempos de estudante, Rotten­berg, aos 41 anos e de personalidade vibrante, conta que um de seus grandes inspiradores foi o economista austríaco Joseph Schumpeter, que sustentava que os empreendedores eram os agentes de transformação econômica mais poderosos, responsáveis pela “destruição criadora” que gera crescimento sustentável.

A Endeavor nasceu quase por acaso, quando Rottenberg vivia em Buenos Aires, Argentina, depois de se formar em direito. Passado pouco tempo, Peter Kellner, seu sócio e companheiro nessa aventura, também faria parte da equipe. Ele é líder da firma de investimentos Richmond Global, especializada em empreendimentos nos Estados Unidos, China e Índia. “Comecei na época do Netscape, do Yahoo! e, portanto, de Steve Jobs e Bill Gates”, recorda Kellner. “Quando falava deles às pessoas, elas percebiam que eram histórias lindas, mas não entendiam o que tinham a ver com sua vida. Um dia, conversando com um taxista portenho, descobri que ele era engenheiro. Perguntei por que dirigia um táxi, em vez de ser um ‘entrepreneur’. Naquele tempo, não havia tradução para o termo em espanhol. Ele me perguntou: ‘Em quê?’. Como poderia pensar na possibilidade de se converter em empreendedor se não havia sequer uma palavra que aludisse a isso?” Era 1997, e Rottenberg iniciava o percurso de sua vida. O resultado dele até agora? Ela apresenta nesta entrevista exclusiva a HSM Management.