O comunicado chocou todo mundo. No início de 2013, quando Marissa Mayer, CEO da gigante norte-americana de serviços na internet, avisou que o home office estava extinto, começou um debate sobre produtividade no ambiente de trabalho. “Em casa, muitas vezes a velocidade e a qualidade são sacrificadas”, escreveu a diretora de recursos humanos da organização em uma mensagem interna que vazou, sugerindo que os profissionais que atuavam no lar eram menos produtivos do que os que compareciam ao escritório. Os defensores da jornada a distância rebateram, afirmando que, longe das interrupções de colegas e sem perder tempo com deslocamento, quem trabalha em casa produz mais.

A discussão aponta para uma questão maior: a discordância e a falta de clareza sobre o que é produtividade na força de trabalho moderna. Mais de cinco décadas depois que Peter Drucker abordou pela primeira vez a dificuldade de definir e medir a produtividade dos trabalhadores do conhecimento, especialistas garantem que muitas organizações ainda fazem isso de maneira limitada. “As empresas nem aprenderam a pensar sobre o tema em uma economia baseada no conhecimento, quanto mais a administrar a questão”, garante Jordan Cohen, especialista do PA Consulting Group.

Para ficar em uma definição simples, a produtividade de um colaborador é a medida da eficiência de seu trabalho: para cada hora dedicada ao trabalho, quanto ele produz? A conta pode ser simples no caso de uma linha de montagem de organizações tradicionais, que já estiveram no núcleo da economia, mas não quando se trata de prestação de serviços e de cargos baseados no conhecimento, predominantes na economia atual. “Quando se fala em trabalho baseado no conhecimento, fica difícil avaliar a produtividade; não é nada parecido com a medição da terra trabalhada em uma hora ou com a soma dos objetos produzidos”, lembra Lynn Wu, professora de gestão da informação e de operações da Wharton School. “Não é possível medir a produtividade por meio dos resultados.”