Em uma aula, o aluno entra em uma sala de conferências no prédio da holding com cerca de 70 carteiras individuais com confortável assento acolchoado, onde notebooks e tablets convivem com um quadro branco e uma tela para projeção de slides; ali fica por três horas, com intervalo para o café. No dia seguinte, em outra aula, com quatro horas de duração, o aluno vai para uma sala no prédio da universidade corporativa, onde as carteiras são substituídas por mesas redondas com quatro lugares cada uma e a capacidade é de 30 pessoas. Os professores e os estilos também mudam: no primeiro caso, executivo interno, adota um tom que mescla liderança e conversa; no segundo, consultor e palestrante externo, segue a linguagem e o ritual próprios das palestras para executivos.

É início de setembro de 2013 e o aluno em questão é o repórter de HSM Management, que frequenta a Universidade Algar (UniAlgar) de maneira inédita, uma vez que ela é fechada a participantes externos. A primeira aula é o “Bate-Papo VPH com Lideranças”, parte do programa de formação de lideranças conduzido pessoalmente pelo vice-presidente de talentos humanos do Grupo Algar e presidente da UniAlgar, Cícero Penha, com um universo de 250 executivos e mais de 600 supervisores. O curso discute desde como administrar uma equipe e manter o colaborador estimulado até como evitar dispersões e fofocas dentro da empresa e valorizar a cultura Algar, utilizando uma cartilha de autoria do próprio Cícero, ilustrada com charges simples e sugestivas. A lição ficou clara: manter o ambiente de trabalho equilibrado e o colaborador satisfeito com o mínimo de “ruídos” na comunicação é uma obsessão ali.

A segunda aula, à qual a reportagem pôde assistir por apenas 15 minutos por conter informações estratégicas para o grupo, é parte do curso “Gestão de Portfólio de Inovação”, ministrado a membros dos comitês de direção, diretores e coordenadores. Trata-se de um programa que propõe metodologia específica de inovação e combina aulas presenciais e a distância. O que se observou nos participantes foi a disposição para tirar dúvidas e fazer questionamentos, além de colaboração intensa –eles eram organizados em grupos para as atividades teóricas e práticas.