“Nosso grupo tem uma tradição de evoluir em relação ao que faz. Não somos muito revolucionários, não; nosso modelo é mais de evolução.” Com o tão característico jeito mineiro de falar, Luiz Alexandre Garcia, CEO do Grupo Algar, atribui o sucesso de um dos mais fortes grupos empresariais nacionais de hoje ao fato de ser uma organização que aprende. Com 54 anos de existência, faturamento anual de R$ 3 bilhões e abrangência nacional –destacada no Centro-Oeste e Sudeste–, o grupo atua em setores tão diversos quanto hotelaria, serviços de aviação e criação de gado, mas orgulha-se dos focos em telecomunicações e agronegócio da soja e, especificamente, da competência essencial de gestão que se traduz no relacionamento com o cliente ou na visão “gente servindo gente”. “Nascemos prestando serviços”, diz Garcia, que é neto do fundador.

Em entrevista exclusiva a José Salibi Neto, chief knowledge officer do HSM Group, Garcia discorre sobre as razões de se manter como empresa familiar, a boa governança corporativa, as oportunidades de negócios que ele detecta no Brasil, a Universidade e o Instituto Algar, seus programas de gestão de processos e de ideias e explica até a manutenção da base em Uberlândia.

Gostaria de começar nossa conversa por uma peculiaridade de vocês: ser um grupo de R$ 3 bilhões com sede fora do eixo Rio-São Paulo. Uberlândia, em Minas Gerais, teoricamente representa afastamento físico dos principais clientes. Isso atrapalha? Ou ajuda?