Transformar as grandes cidades em ambientes mais agradáveis para as pessoas é um desafio que ficou mais complexo depois da covid-19. Oakland, na Califórnia, aproveita esse contexto para se reinventar. Seu exemplo, relatado num artigo da revista Wired UK, já serviu de inspiração para outras cidades americanas e poderá permanecer como benchmark de inovação urbana mesmo de-pois da pandemia.

A mudança começou em abril de 2020. Preocupado com os efeitos da quarentena na saúde física e mental dos cerca de 400 mil moradores da cidade, o governo local lançou o Slow Streets. O programa previa o fechamen-to gradual de vias públicas para a circulação de carros e a transformação de ruas e avenidas em espaços dedi-cados ao lazer e à prática de esportes. O método era singelo: cones e placas móveis de sinalização colocados nas esquinas, bloqueando o acesso de veículos, em diversas regiões da cidade. Em bairros comerciais, vagas de esta-cionamento nas ruas foram transformadas em parklets, pequenas áreas de convivência instaladas como extensão das calçadas.

A meta inicial ambiciosa – de fechamento de 120 quilômetros de vias – não chegou a ser atingida. Mesmo assim, os efeitos foram positivos. Moradores ganharam espaços abertos para lazer próximos a suas casas. O número de parklets na cidade saltou de quatro para mais de 100. Um sistema de fechamento temporário de ruas foi adotado, após a quarentena, para favorecer feiras e reuniões comunitárias ao ar livre.