O economista Muhammad Yunus acredita que o crédito é um direito humano fundamental. Com a criação do Grameen Bank, em Bangladesh, ele consolidou um projeto que dura há mais de três décadas: a promoção do “microcrédito”. Trata-se de pequenos empréstimos sem exigência de garantias, que ajudam os que não possuem recursos a gerar pequenos negócios. “O acesso ao capital, embora em uma escala pequena, pode ter um efeito transformador na vida das pessoas”, afirma Yunus em seu livro, Um Mundo sem Pobreza. 

A obra tem 11 capítulos, distribuídos em três partes. A primeira, “A promessa da empresa social”, dedica-se a esclarecer os novos conceitos com que o autor trabalha. A segunda, “O experimento Grameen”, aborda os estudos de caso, que não se restringem ao microcrédito. A terceira, “Um mundo sem pobreza”, chama a atenção para os aspectos macroeconômicos da mudança proposta pelo autor, como a ampliação do mercado e os papéis desempenhados pela tecnologia da informação e pela globalização nesse contexto. 

A experiência do Grameen Bank (grameen, no idioma local, significa “da comunidade rural”), relatada no livro, mostra que, em muitos casos, esse sistema de créditos –que aplica leis opostas às dos bancos convencionais– serve de ponto de partida para o desenvolvimento de empreendimentos prósperos, como uma granja pequena ou um ateliê de artesanato, que permitem a essas famílias sair da pobreza.