“Muitas pessoas que ocupam posições de liderança só fazem aquilo que sabem fazer; o que não sabem não fazem. Isso atrasa demais a empresa.” O diagnóstico do que pode ser a maior fragilidade da liderança organizacional, no Brasil e no exterior, é de Vicente Falconi, fundador e líder da Falconi Consultores de Resultado, que se posiciona como a maior consultoria de gestão da América Latina.

O problema é que, por si só, tal fragilidade já inviabiliza o exercício da liderança. “Essas pessoas podiam ser líderes até pouco tempo atrás, quando o mundo andava devagarinho e a experiência do passado era muito útil para o futuro, pois o futuro era 90% igual ao passado. Hoje, quando o passado vale só 20% ou 30% do futuro, o líder tem de aprender a entrar no desconhecido ou está morto”, explica o especialista.

Isso pode ser revertido? Sim, mas é um processo de longo prazo. Falconi encontrou a explicação para a resistência ao novo há cerca de seis anos: é o medo do desconhecido. “Fui visitar uma escola de engenharia em Boston, EUA, com o Marcel [Telles], o Olin College, e me caiu a ficha: no primeiro dia de aula o aluno recebe um projeto de algo que nunca viu na vida. Assim, a escola treina as pessoas a enfrentar o desconhecido em vez de ensinar coisas conhecidas, e elas perdem o medo.”