Quando o papa João Paulo II morreu, seu testamento dizia “Totvs tuus”: “Tudo é de todos, meu legado é de todos, tudo o que eu deixei pertence ao mundo”. Quando leram isso, Laércio Cosentino e seu time de sócios e executivos na Microsiga, que buscavam unificar várias empresas recém-integradas sob uma nova marca, souberam: esse era o nome ideal. A proposta inicial é que fosse uma marca institucional para investidores, como AmBev, não uma marca para o mercado. Mas a marca foi se afirmando sozinha, sobrepondo-se a todas as outras –Microsiga, Logocenter, RM etc. Como diz Cosentino, “acho que não tem nenhum caso no mundo em que alguém abriu mão de marcas fortes em benefício de um processo de integração”.

Hoje a Totvs (pronuncia-se Tótus, o “v” do latim tem som de “u”) quer se popularizar como sinônimo de software para gestão empresarial (de business intelligence a CRM, de supply chain a ERP) e faz campanha publicitária tanto na mídia de massa como na especializada, protagonizada pela jornalista Marília Gabriela. Tem grandes clientes nas áreas de saúde, agroindústria, jurí­dica, serviços financeiros, distribuição, logística e varejo, educacional, construção e projetos, pequenos negócios e manufatura, entre outras.

A empresa tem uma história impressionante, de 26 anos, e nunca um resultado em vermelho, que poucos brasileiros conhecem. Com uma estratégia que combina consolidação agressiva e crescimento orgânico de pelo menos 20% ao ano, ela se tornou a maior empresa de software da América Latina, superando concorrentes estrangeiras do porte de SAP e Oracle, e uma das cinco empresas do mundo a ter middleware com tecnologia proprietária. Tem 4,5 mil funcionários diretos e, somando os das 130 franquias, 9 mil pessoas em sua operação. Contabilizou R$ 845 milhões em vendas em 2008, com lucro de mais de R$ 129 milhões, e deve superar R$ 1 bilhão de faturamento este ano, em que pese a crise econômica.