A Basex, empresa de pesquisas na área de tecnologia da informação (TI) com sede em Nova York, acompanhou mais de mil executivos e trabalhadores do conhecimento durante um ano e descobriu que eles receberam, em média, 200 e-mails, mensagens instantâneas, ligações telefônicas (no escritório e no celular) e mensagens de texto por dia cada um. E, quando a RescueTime, desenvolvedora de softwares de gestão do tempo sediada na região de Seattle, reuniu informações sobre 40 mil gestores, descobriu que quem trabalha com informação confere sua caixa de entrada de e-mails mais de 50 vezes por dia.

Essa até pode ser a norma, mas não é normal. Edward Hallowell, psiquiatra de Boston que se especializou no tratamento de déficit de atenção e hiperatividade, sugere que comportamentos no local de trabalho como irritabilidade e falta de capacidade para se organizar são geralmente respostas normais a um ambiente anormal. Em 2005, ele criou o termo “traço de déficit de atenção” (ADT, na sigla em inglês) para descrever uma condição subclínica, diferente da “desordem”, mas cujos sintomas são muito semelhantes aos da doença. O ADT, diz ele, é tão comum no mundo do trabalho como o vício do café.

Um estudo britânico pediu a 80 voluntários que resolvessem um conjunto de tarefas em um ambiente tranquilo e, depois, fizessem as mesmas tarefas em um ambiente típico de escritório, onde choviam e-mails, chamadas de celular e mensagens instantâneas. O Q.I. efetivo desses voluntários caiu 10 pontos –o dobro da perda de inteligência útil demonstrada por pessoas que consumiram maconha e tentaram resolver tarefas semelhantes.