Colaboração em massa, inovação aberta e organização em rede são apenas alguns dos conceitos associados à noção de “empresa 2.0”, expressão que designa o modelo organizacional que resulta da incorporação, ao esquema tradicional, das tecnologias da web 2.0. Tal modelo tem a capacidade de distribuir o poder (antes concentrado nessa caixa de ressonância onde habitam executivos e diretores de empresa) entre os funcionários, os clientes e os demais integrantes da cadeia de valor. “O capitalismo já não se define pela produção e distribuição de bens e serviços. Para os defensores da web 2.0, torna-se, agora, uma conversação”, concluem Matthew Fraser e Soumitra Dutta em seu livro Throwing Sheep in the Boardroom: How Online Social Networking Will Transform Your Life, Work and World (ed. John Wiley & Sons), dedicado a analisar o fenômeno da revolução das redes sociais e seu impacto sobre os negócios.

Ainda que já faça algum tempo que se estude o fenômeno das redes por diferentes ângulos, os autores assinalam que, ironicamente, as empresas não estão se adaptando com a mesma velocidade e o mesmo ímpeto de outros protagonistas isolados e coletivos do fenômeno, como, para citar um exemplo popular e de visibilidade, Barack Obama, cuja campanha online muito bem-sucedida é considerada um caso líder em matéria de estratégias de redes sociais. 

Embora a grande maioria prossiga ou avance timidamente, não são poucas as empresas que, obrigadas pela pressão crescente de seu entorno complexo, apostam nas ferramentas de colaboração e nas redes sociais para inovar e manter-se competitivas. Confirmam, na marra, que o impacto da implantação de uma estratégia web 2.0 é notado pelos resultados. “Quando percebem que aumenta a rentabilidade que interessa aos acionistas, fomenta a produtividade de que necessitam os gestores e garante a participação que demandam os funcionários”, dizem Dutta e Fraser, “estão instaladas as condições para a revolução 2.0 na empresa.”