Em 1º de setembro de 2010, o CEO da Apple, Steve Jobs, lançava a nova versão daquilo a que ele antes se referia como “hobby”: a Apple TV –um conversor, do tamanho de um disco de hóquei, que permite aos espectadores alugar filmes e programas de TV. Enquanto isso, a Sony apresentava seus primeiros aparelhos de TV com o serviço do Google incorporado, e a Samsung criava os próprios aplicativos (apps) para seus produtos, ao mesmo tempo que cortejava os desenvolvedores de software. Tudo isso faz parte da mais recente tentativa de conquistar a sala de estar digital, ideia que, até agora, não foi capaz de fazer com que os telemaníacos pensem de maneira diferente sobre seus hábitos de assistir à TV.

O conceito de sala de estar digital está por aí há anos. Em poucas palavras: a TV será conectada à internet e os espectadores –que geralmente são consumidores de conteúdo passivos– se tornarão participantes interativos. Em seus aparelhos de TV, vão tuitar, atualizar o Facebook com comentários sobre os programas a que assistem e compartilhar vídeos no YouTube com amigos, além de ter acesso a toda a programação.

O problema, segundo pesquisadores da Wharton School, da University of Pennsylvania, dos EUA, e outros especialistas, é que os consumidores provavelmente não mudarão seus hábitos tão rápido. Na verdade, no lançamento em setembro de 2010, Jobs reconheceu que a Apple TV “nunca foi um grande hit” nos quatro anos em que estava no mercado.