O barulhento debate em torno de quantos e quais empregos as máquinas inteligentes deixarão para os seres humanos parece deixar passar um ponto importante: assim como a automação do trabalho no passado permitiu às pessoas e às máquinas fazerem muitas coisas que não poderiam ter sido feitas antes, grupos de pessoas e computadores  trabalhando juntos serão capazes de realizar muitas atividades que, sozinhos, não podem fazer hoje.

Quase todas as conquistas humanas – do desenvolvimento da linguagem escrita ao sanduíche de peru – exigiram o trabalho de grupos de pessoas, e não somente de indivíduos. Os grupos que conquistam tudo isso são o que chamo de “superminds” [supermentes]: indivíduos trabalhando juntos de modo inteligente.

As “superminds” podem ter muitas formas: hierarquias, mercados, comunidades, democracias. Todas elas têm a capacidade de fazer coisas que indivíduos, sozinhos, não conseguiriam realizar. A novidade é que as máquinas podem cada vez mais participar desses grupos. Precisamos entender como isso poderá acontecer, e o ponto de partida é a definição de algo muito falado e pouco esclarecido: a inteligência.