O pioneiro do marketing high tech e um dos construtores do Vale do Silício faz, a pedido de HSM Management, um retrato aguçado do mais festejado líder empresarial dos últimos tempos com base nos 35 anos de privilegiada convivência dos dois
Imagine um enredo que combine visão, inovação, dramas na sala de reuniões, a perda jamais imaginada do sucesso, uma volta por cima e uma tragédia pessoal. Daria –ou dará– um belíssimo filme de Hollywood. Porém a vida de Steve Jobs, o carismático fundador e líder da Apple, pode nos ensinar ainda mais do que a arte de lidar com o êxito e suas inconstâncias. Utilizada como um exemplo a ser observado e vivenciado pelo mundo, ela pode lembrar a gestores obcecados por resultados financeiros que “a jornada é a recompensa”. É o que se percebe no relato de 35 anos de bastidores feito pelo principal mentor de Steve Jobs, Regis McKenna, neste Dossiê especialíssimo que tomamos a liberdade de apelidar “iDossiê”, como homenagem ao “homem de marketing perfeito”.
Meu relacionamento com Steve Jobs começou em 1976, quando ele e Steve Wozniak entraram em meu escritório para ver se minha empresa poderia ajudá-los a comercializar um novo “computador de hobby” [hobby computer], como dizemos aqui, que era a ideia do computador pessoal, mas em forma de kit para montar, e ainda estava em estágio conceitual. Steve Jobs disse que tinha ligado para a Intel e perguntado pela companhia que fazia o marketing deles, e indicaram a Regis McKenna Inc.
Na época, minha empresa oferecia ampla gama de serviços de marketing para start-ups do Vale do Silício. Fazíamos de tudo, de pesquisa a construção de alianças, de planejamento de canais de distribuição a relações públicas e publicidade, passando por programas de apresentação de produtos.