Os “hipopótamos” dominam a tomada de decisões das empresas desde o surgimento da administração moderna, na virada do século 19 para o 20, até hoje. Agora devem abandonar essa responsabilidade, por uma razão: eram efetivos quando o volume de dados relevantes a analisar em uma decisão de negócios mostrava-se baixo, no patamar de dez; hoje perdem a eficácia, quando a quantidade de dados por decisão supera os 100 e ruma a 1.000 ou mais, como vem acontecendo. Em um ambiente complexo, eles não ajudam a simplificar as coisas.

Essa metáfora do reino animal foi utilizada no auditório principal da última HSM ExpoManagement por Andrew McAfee, pesquisador de negócios digitais da Sloan School que nos últimos anos se tornou referência mundial em empresa 2.0. Vem, na verdade, do acrônimo em inglês “hippo”, que significa “opinião da pessoa mais bem remunerada” (highest paid person’s opinion). A palavra “hipopótamos” designa, assim, os executivos experientes que alcançaram o alto da hierarquia de uma empresa e tomam todas as decisões –é possível que você, leitor, seja ou esteja a caminho de ser um deles.

Os hipopótamos não chegam a ser os novos dinossauros, analogia animal para quem se desatualizou profissionalmente, porque, segundo McAfee, mantêm-se úteis às empresas de outras maneiras, conforme veremos nesta cobertura especial. Só não devem continuar a responder pelo processo decisório como fazem hoje. Em um mundo complexo onde cada decisão tem mais de 100 dados em jogo, tomar decisões deve ser simplificado pela tecnologia.