Thiago Reis era diretor de uma empresa de tecnologia quando começou a publicar no LinkedIn conteúdo sobre como formar equipes de venda mais eficientes. Seus artigos ganharam alcance à medida que seus seguidores encontravam relevância nas informações, e ele passou a receber pedidos de treinamento e consultoria. Chegou um momento em que a demanda se tornou tão forte que Reis abandonou a vida de executivo e passou a empreender. “Passei a dar cursos online, workshops e consultorias presenciais”, conta. Em um ano, ele atendeu mais de 70 empresas, entre elas Uber, SAP e VTEX, e somou um faturamento de 1,2 milhão de reais. A minguada equipe inicial se resumia a ele e o videomaker, que depois tornou-se sócio. Hoje, a Growth Machine é composta por 11 funcionários.

Há muitas pessoas, mais do que você imagina, vivendo esse mesmo boom. A exposição em redes sociais corporativas como LinkedIn, as estratégias de marketing digital e a facilidade de estar em contato com possíveis clientes criou um mercado que cresce no mundo todo: o dos infoprodutos, conteúdos digitais vendidos ou distribuídos gratuitamente na rede, como e-books, videoaulas, webinars, podcasts, apostilas etc.

Infoprodutos voltados à educação e desenvolvimento pessoal são o foco de Bruno Pinheiro, 37 anos, empreendedor digital e fundador da Be Academy, uma edtech (modelo de startup que funde educação e tecnologia) de negócios que oferece MBAs e cursos livres, tudo online, para ajudar outros empreendedores a construírem negócios na internet. Ele começou a vender cursos online há cinco anos, e já formou mais de 17 mil alunos, a maioria entre 35 e 50 anos, procurando uma alternativa ao mercado tradicional de trabalho. Muitos são profissionais liberais atrás da migração para o mundo online, como um ex-aluno, professor de matemática, que após adquirir conhecimentos de marketing digital passou a dar aulas na internet e faturar milhões – literalmente.