Por Sandra Regina Da Silva

O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto.” Lembra-se dessa icônica frase de Henry Ford, fundador da Ford Motors Company, no início do século 20? Sua explicação é que a não diversidade no Modelo T tornava muito mais fácil gerenciar a operação. Por muito tempo, as empresas aplicaram essa ideia de Ford também na gestão de pessoas e, quando ela caiu por terra, perceberam: é muito mais desafiador manter a coesão cultural numa equipe de pessoas diferentes entre si do que entre semelhantes.

“A diversidade exige escolhas difíceis e dedicação constante; ela consome tempo e energia. Porém, não é mais opcional”, diz Eduardo Sampaio, diretor da consultoria Tribo, especializada em cultura e propósito. E, ele acrescenta, não voltou a ser apenas um item “nice to have” porque vivemos uma crise. Em sua visão, a falta de diversidade pode agravar a crise, inclusive, à medida que concorrentes mais diversos ganham terreno. “Em crises, aumenta a competição por talentos, clientes e fornecedores, e os três públicos têm usado o critério da diversidade para escolher”, afirma Sampaio.