Se o varejo dos Estados Unidos tem o jovem Tony Hsieh, de 41 anos, desenhando uma nova cultura organizacional, o varejo brasileiro conta com o jovem Ricardo Nunes, de 43 anos, infundindo uma cultura empreendedora em empresas estabelecidas.

Isso explica, em parte, por que a Máquina de Vendas, holding de várias marcas varejistas físicas e virtuais da qual Nunes é o maior acionista individual (com 47,7%), prevê bom desempenho no fim de 2014, enquanto o mercado amarga momentos difíceis, ou por que é otimista sobre 2015. Para o empreendedor, que fundou a Ricardo Eletro e foi o artífice de sua fusão com a Insinuante e de outras aquisições, é na crise que surgem as melhores oportunidades de crescer.

Desde que inaugurou sua primeira loja, aos 18 anos de idade, no interior mineiro, Nunes adotou uma estratégia de expansão bastante agressiva para os parâmetros brasileiros, com base em negociações ousadas com os fornecedores e preços baixos ao consumidor. Mostrou também rapidez para reagir aos rivais–por exemplo, diante da criação da Via Varejo (que inclui Grupo Pão de Açúcar, Casas Bahia e Ponto Frio), logo propôs fusão à família Batista, proprietária da concorrente Insinuante.