Quando me perguntam o que há de inovador para ser feito na área de recursos humanos, respondo de imediato: tudo. Afinal, somos o tempo todo agentes de transformação e de renovação de ideias, treinamos  pessoas para revisitarem seus processos, ferramentas, serviços, preparamos o contexto cultural para que as mudanças necessárias aconteçam dentro  das organizações.

Denise Horato é diretora-executiva de RH da Roche Brasil, a sétima maior afiliada da Roche mundial, com faturamento anual de R$ 2,6 bilhões, 1,3 mil colaboradores e exportações para 23 países. Entre suas marcas estão Bactrim, Rivotril e Lexotan.
Denise Horato é diretora-executiva de RH da Roche Brasil, a sétima maior afiliada da Roche mundial, com faturamento anual de R$ 2,6 bilhões, 1,3 mil colaboradores e exportações para 23 países. Entre suas marcas estão Bactrim, Rivotril e Lexotan.

Quando penso em inovação, porém, não estou falando de tecnologias  avançadas ou de reinventar  a roda. Refiro-me ao costume diário de estar aberto a alterar um ponto de vista, a propor uma forma  mais rentável de produção, a ouvir o colega ao lado que tem um estilo de pensar diferente, uma orientação sexual distinta, uma nacionalidade de costumes ímpares. Pautar a empresa para o acolhimento da diversidade e da inclusão já é um  grande passo para pensar de outra maneira e aceitar o novo.

Como realmente engajar os colaboradores na inovação? É preciso tocá-los na alma. Estamos lidando com corações e mentes, e ambos têm de estar conectados para uma pessoa ter o hábito e a vontade de inovar.

Vamos começar pelos líderes, os principais responsáveis por nortear as trilhas que levarão à mudança. Estimular a cultura de inovação passa pela liderança positiva, que promova abertura e comunicação livres, que estimule entre os colaboradores novas ideias, aprendizado e desenvolvimento constantes para alcançar resultados. Programas estruturados para desenvolver competências de gestão de pessoas, alinhados com os propósitos da empresa, são campos férteis para ter essa liderança.

E os aliados para a conquista da cultura da inovação? Tenho passeado pelas diversas áreas da nossa empresa e descoberto muitos deles. Você, do RH, já pensou em fazer um convite de parceria com tecnologia da informação? RH e TI têm alto potencial de promover inovação e capital humano, unindo avanço trazido pela tecnologia à gestão de talentos. Sistemas integrados ou plataformas de recrutamento e seleção são capazes de agregar muito a esse propósito, de modos diversos. Assim, o RH cumpre seu papel de parceiro de negócios que fornece ferramentas inovadoras para que os líderes possam gerenciar melhor suas equipes.

E que tal o marketing externo como aliado? Como há oportunidades de integração com o RH! Conceito novo ainda no Brasil, em comparação aos EUA, o desenvolvimento do employer branding, que, a princípio, atua no valor da organização para seus colaboradores, é fundamental para a reputação da empresa e para a atração de novos talentos.

E o que dizer da alma dos millennials? Eles são determinantes para um RH inovador. Procuro inserir atividades que desenvolvam o espírito empreendedor, no sentido de atender essa geração, para que, cada vez mais, assuma as rédeas de sua carreira. Outra iniciativa tem sido disponibilizar uma lista de mentores – líderes seniores – treinados para desenvolver esses jovens e acompanhá-los ao longo do tempo. 

Não paro de estudar a inovação. Descubro que inovar não é inventar, mas disciplina, hábito, cultura e necessidade. E, no caso da minha profissão, é cuidar bem das pessoas para que elas evoluam e inovem.

Corações e mentes devem estar conectados para as pessoas – dos líderes aos millennials – terem o hábito e a vontade de inovar