Ao crescerem, as empresas dispostas a isso devem investir em RH e líderes
O ecossistema de startups brasileiras floresce. Em número de empresas de mais de US$ 1 milhão, o País ocupa o terceiro lugar mundial, ficando atrás apenas de Estados Unidos e China. Segundo a Associação Brasileira de Startups, de pouco mais de 5 mil empresas inovadoras e disruptivas em 2017, passamos a quase 13 mil em 2019. E já temos várias ostentando o sonhado badge de “unicórnios”, aquelas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.
O rápido crescimento traz dores, e uma das maiores é a deterioração das relações trabalhistas. Em um dia, um grupo de amigos está reunido em uma sala de coworking ou garagem; em outro, eles se transformam em empresas com centenas de funcionários.
“O fenômeno de algumas startups crescerem de maneira muito acelerada chegou aqui há cerca de três anos”, diz Alexandre Pellaes, pesquisador de tendências do trabalho. Segundo ele, estamos assistindo à fase em que o discurso do que tem valor para as pessoas começa a ser desvirtuado. “Já vi o seguinte listado como benefício em uma job description: ‘você vai poder trabalhar de tênis e ouvir várias piadas durante o dia’. É muito positivo que as pessoas possam ser elas mesmas e tenham leveza, claro, mas não quando vira uma cortina de fumaça para esconder práticas perniciosas de pessoas, até mais abusivas do que as vistas nas empresas tradicionais.”