A governança no Brasil evoluiu muito nas últimas duas décadas. O nível de formação dos gestores e a profissionalização das empresas avançaram significativamente. Nosso estilo autoritário, extremamente hierárquico, personalista e paternalista vem abrindo espaço para novos arranjos organizacionais. O fato, porém, é que ainda vemos barreiras expressivas para dar passos mais largos na direção da diferenciação competitiva e da sustentabilidade dos negócios.

Investidores com projetos de retorno no longo prazo, como os fundos de pensão, têm dúvidas sobre onde investir aqui, por exemplo. Que empresas brasileiras possuem projetos de longo prazo capazes de garantir a continuidade ou o aumento da lucratividade no tempo? Como saber se a gestão está sendo conduzida de modo a produzir resultados futuros?

Os fundadores de empresas familiares que saem da gestão para o conselho ficam em posição semelhante. Estudos de governança falam sobre o alinhamento entre agente (executivo contratado) e principal (capitalista) como um desafio no mundo todo, mas para nós o poço é mais fundo.