Agora estamos entendendo o impacto da mídia tradicional sobre a marca. Nas ações on-line, o resultado vem na mesma hora. Quando contratamos um influencer ou um youtuber, na hora que eles postam o tráfego aumenta. É imediato, totalmente mensurável. Quando os comerciais começaram a ser veiculados na Globo e nos canais por assinatura do grupo, o aumento do tráfego foi leve. Mas com o tempo começamos a sentir outro tipo de sensibilidade à marca. Parece que a televisão tangibiliza: quando o cliente ouve falar, não é mais de uma marca na internet, é a vida real. O exemplo mais incrível é minha própria irmã. Ela conheceu o blog quando abrimos, em 2009. Soube quando virou empresa, em 2012. E só se tornou cliente agora. Outro dia ela me disse: “Agora que posso devolver se eu não gostar, vou usar”. Mas sempre pôde! Só que agora ela viu na TV.

É até engraçado hoje pensar nesse termo, investidor-anjo. Quando a gente abriu a empresa, não sabíamos o que era isso. O primeiro investidor foi um cara que achou a ideia legal e deu uma grana, sabe? Foi o primeiro impulso, o reconhecimento de que tínhamos mesmo um negócio. Depois vieram fundos de venture capital e isso foi muito bacana, porque esses fundos têm pessoas muito preparadas, muito inteligentes, que estão lidando com várias empresas parecidas, que sofrem a mesma dor. Então surge um ecossistema e você se sente menos só, percebe que não é o único maluco acreditando na ideia.

Foi uma tentativa que durou oito meses. Montamos todo o negócio, a equipe, estava tudo funcionando. Mas fechamos rapidamente quando percebemos que precisaríamos de muito fôlego para conseguir alavancar. A primeira questão foi o uso das redes sociais. O brasileiro usa muito as redes sociais, o acesso à internet na rua é muito maior. Na Argentina é totalmente diferente. Além disso, o câmbio estava extremamente desfavorável. A taxa de retorno então era muito pequena. Fizemos como se recomenda, experimentamos, percebemos o erro e corrigimos logo a rota, mas não posso dizer que é fácil. Estava tudo montado, com clientes gostando... Mas cada coisa tem seu tempo, e foi a melhor decisão possível.