Quem já foi demitido é provável que se lembre a roupa que estava usando no dia, como era a sala, o que fez depois do desligamento, entre outros detalhes, quase sempre dolorosos. “Isso porque, apesar de a demissão ser uma experiência marcante, os processos, em geral, são bastante descuidados dentro das empresas”, afirma Rogério Cher, especialista em liderança, cultura e engajamento.

Além de ter sido diretor de RH de grandes empresas, como a Natura, Cher trabalhou muitos anos com aconselhamento de indivíduos em transição de carreira, e acompanhou de perto histórias de executivos que perderam seus empregos e precisaram se encontrar. Essa sua experiência o faz questionar como um tema tão importante pode receber tão pouca atenção por parte das lideranças, e esse foi o fio condutor do bate-papo que a editora-executiva da revista HSM Management, Gabrielle Teco, teve com ele.

Demissão é hora para dar feedback? O que o processo de demissão diz sobre a cultura organizacional? E os líderes? Como devem se preparar? Essas e muitas outras questões são abordadas por Cher, que deixa contribuições importantes tanto para quem passa ou passou recentemente por um processo de transição de carreira, como para quem precisa zelar pelo processo de demissão. “E engana-se quem acha que isso é responsabilidade do RH. O líder precisa entender seu papel na construção de times engajados e não pode querer delegar funções tão relevantes desta jornada”, complementa o especialista.