Os líderes de negócios não param de exigir reformas educacionais. Afinal, independentemente de boa parte do mundo viver uma crise de desemprego (e paradoxalmente), há um déficit de talentos. Em qualquer que seja a área, recrutadores buscam, desesperados, candidatos com conhecimento científico, habilidades de comunicação e tecnológicas, e muitos graduados no ensino médio (e até no superior) simplesmente não as têm. As escolas, que deveriam ser bancos de talentos e incubadoras do futuro para as empresas, não estão cumprindo seu papel.

Isso tem feito com que alguns líderes ajam diretamente para tornar as escolas mais eficazes, estabelecendo parcerias com tais instituições –em geral, apoiadas em grande uso de tecnologia e com o preceito básico de que as escolas precisam ser administradas como negócios, com um estilo de gestão competitivo que impõe metas numéricas, recompensa os melhores desempenhos, responsabiliza os sindicatos pelo baixo resultado e força cada indivíduo a provar seu valor diariamente.

No entanto, quase todos os estudos que avaliaram iniciativas de reformas nessa linha sugerem que tais medidas não melhoraram o ensino. Um estudo de 2009 do centro de pesquisas em educação da Stanford University descobriu que apenas 17% das escolas norte-americanas do tipo charter (escolas públicas com menos regulamentações governamentais, mas com metas a cumprir) tiveram melhores notas em testes avaliadores do que as tradicionais, e 37% se saíram bem pior. Um amplo estudo de 2010 feito pela Vanderbilt University descobriu que os professores a quem se ofereceu bônus de US$ 15 mil para melhorar as notas dos testes dos alunos por um período de três anos não tiveram melhor desempenho do que os que não foram incluídos no projeto. Ou seja, essas são ideias de gestão antiquadas, de cima para baixo e, em um número crescente de casos, contraproducentes –mesmo nas empresas.