Cada vez mais empresas e líderes estão levando a filosofia para seus gestores e funcionários, e isso também está ocorrendo no Brasil. Os objetivos, contudo, não têm a ver com aumentar o nível de felicidade, embora esse possa ser também o resultado. Estimular os colaboradores a ultrapassar pensamentos confortáveis e robóticos, e, desse modo, inovar, é o que costuma motivar a adesão das empresas à filosofia, segundo Mario Sergio Cortella, filósofo e professor convidado da Fundação Dom Cabral.

“A filosofia é um pensar crítico voltado para a indagação dos porquês”, explica ele. “Como um pensar crítico de libertação, de recusa ao automatismo, à robotização da ação ou à mera alienação da consciência, a filosofia tem papel especial no campo empresarial, porque ela leva a perguntar sobre o propósito daquilo que se faz, para impedir a desumanização do processo econômico e para acelerar a capacidade criativa.”

Autor de 19 livros, entre eles Qual É a Tua Obra? (ed. Vozes), Cortella tem sido requisitado pelas empresas para, por meio da filosofia, “estilhaçar um pouco alguns confortos mentais” que predominam em certos momentos nas organizações e não ajudam nos processos de inovação e criação.