A pós-modernidade chegou definitivamente ao mundo da gestão de empresas. Tem dúvida? Enquanto o modernismo, universalizado, refletia a crença no progresso linear, nas verdades absolutas, no planejamento racional de ordens sociais ideais, e com a padronização do conhecimento e da produção, o pós-moderno privilegia a heterogeneidade e a diferença como forças libertadoras na redefinição do discurso cultural. A fragmentação, a indeterminação e a intensa desconfiança de todos os discursos universais ou totalizantes são os marcos desta era.

Identificou-se, certo? As palavras acima são de autoria do geógrafo britânicoDavid Harvey, hoje ligado à City University de Nova York, para quem as coisas se relacionam de múltiplas formas, em vez de haver uma causalidade evidente, seja simples ou complexa. De modo pragmático, alguém pode encontrar vantagens e desvantagens tanto na era moderna, que estamos deixando, como na pós-moderna, em que mergulhamos de cabeça. O pós-moderno é plural e mais genuíno, porém estressante; o moderno carrega, nas palavras de Harvey, “uma razão manipuladora e um fetiche de totalidade”, embora seja mais tranquilizador em seu racionalismo.

Independentemente da era que o executivo prefira, ele precisará migrar para o pós-modernismo, sob pena de alijar-se da realidade –e isso vale especialmente para os líderes, incluindo os que atuam nas empresas. Ouso sugerir que a filosofia talvez seja a melhor maneira de fazer tal migração. Selecionei a seguir pensamentos filosóficos de várias épocas (muitos dos mais antigos não poderiam ser mais atuais) como apoio para a transição ao tempo presente.