Impactadas pelas transformações industriais e sociais em curso, as empresas do Vale do Silício respondem com a renovação de seus modelos gerenciais e com novas soluções tecnológicas para atacar os grandes problemas da humanidade
Sempre venta forte nos arredores da ponte Golden Gate, que liga San Francisco a Oakland, na Califórnia, Estados Unidos. Os poetas diriam que é o vento da mudança. Mas, como a poesia maior do Vale do Silício é a inovação tecnológica, os empreendedores geeks fazem mudanças todos os dias.
Só que, dessa vez, parece haver uma mudança maior em curso. É uma resposta à queixa que o Wall Street Journal fez, em 2013, sobre a região estar se burocratizando com suas gigantescas empresas. No entanto, é uma resposta principalmente à quarta revolução industrial – alimentada pela soma de várias tecnologias digitais, como a inteligência artificial, o blockchain e a internet das coisas – e às transformações sociais que o mundo e a própria região vêm experimentando.
De uns anos para cá, San Francisco não é mais a mesma. Os jovens que trabalham nos pequenos municípios do Vale quiseram ser moradores de cidade grande e o resultado foi um trânsito que não faz inveja a ninguém – nem a São Paulo. Pessoas sem-teto são vistas com frequência e andam tão revoltadas que a orientação local é evitar contato visual com elas.