Quando surgiram os primeiros artigos sobre o sistema de funcionamento do Google, muitos se animaram com a ideia de trabalhar na empresa criada por Sergey Brin e Larry Page em 1998. Fotos mostravam colaboradores deslizando em tobogãs, jogando Guitar Hero ou envolvidos em partidas de pingue-pongue. A imprensa especializada ressaltava: os gestores perceberam que o modelo no qual as pessoas ficam “presas” e infelizes no trabalho não garantia a produtividade.

A imensa visibilidade do site de buscas, combinada com a possibilidade de rápida disseminação de informações propiciada pelas novas tecnologias, difundiu a cultura do Google, cujas particularidades são tidas como pioneiras. Mas, quase quatro décadas antes, outra empresa havia investido em um modelo que partia da premissa de que “colaboradores contentes geram clientes satisfeitos”. Era o SAS Institute, líder de softwares de inteligência, fundado em 1976 por James Goodnight, que até hoje é o presidente-executivo da instituição.

“Quase 95% dos meus ativos deixam o escritório todos os dias às 5 horas e preciso fazer com que voltem no dia seguinte”, declara Goodnight, brincando com o termo “ativos”. Graças a benefícios como bons salários, cinco semanas de férias (seis depois de uma década de trabalho), flexibilidade de horário e participação nos lucros, além do excelente ambiente de trabalho, eles voltam.