Um país com 1,4 bilhão de habitantes, em que as políticas públicas incorporam a mentalidade de experimentação, buscando escalar rápido o que dá certo. É o oposto dos governos ocidentais, nos quais o objetivo é minimizar riscos e enfrentar as mudanças com cautela. O encontro de mentes entre os setores público e privado é estimulado, assim como a busca pelo novo (o mote “o futuro é melhor” molda o pensamento dos chineses). Lá, a inovação e a competição são estimuladas tal qual uma gigantesca startup.

Nas últimas décadas, o país foi responsável por 30% do crescimento mundial. Em 2020, com a Covid-19, deverá ser a única grande economia a crescer (algo entre 1% e 5%). “Na base desse crescimento intenso está uma visão de longo prazo e o investimento em tecnologia”, afirma Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil em Pequim e consultor.

Esse modelo torna o país líder em segmentos como smart cities e, em breve, em inteligência artificial, tecnologia em que está investindo pesadamente. “O país tem seu plano nacional de desenvolvimento, com orçamento de quase US$ 15 bilhões, para fazer isso acontecer”, comenta Caramuru, que mora na China há 12 anos, para quem “viver aqui é experimentar o futuro sem envelhecer”.