Quando falamos em modelos de liderança alguns nomes já batidos e conhecidos, em geral de origem norte-americana, vêm em nossas mentes. Isso pode levar-nos a, inocentemente, pensar que é nos Estados Unidos, quase que milagrosamente no vale do silício ou em lugares parecidos ao longo da costa da Califórnia, que nascem as grandes mentes da inovação e gestão. Deve ser o sol californiano.
Por Gillianno Mazzetto
Entretanto, tal forma de pensamento revela muito mais de nós mesmos do que da realidade em si. Ensina o que em primeiro lugar? Tal realidade faz ver que amamos aquilo que conhecemos e que quanto menos conhecemos mais tendemos a criar ídolos. Temos aqui a velha heurística da familiaridade explorado por Daniel Kahneman na obra “Rápido e Devagar”.
Neste artigo gostaria de pensar o que é que os líderes de outras épocas e de outros lugares podem ensinar para os gestores da atualidade. Para tanto, escolhi um em particular, de fala portuguesa, que influenciou muito para que os povos lusitanos no Brasil chegassem. O nome deste rei é Dom João I de Avis. E governou Portugal de 1385 à 1433, ou seja, na passagem da Idade Média para o Renascimento.