É grande o entusiasmo com as estratégias de plataforma que vêm surgindo em todo o mundo. Empreendedores sonham em criar o próximo Uber ou  Airbnb, por exemplo, enquanto executivos de grandes companhias reformatam suas estratégias em torno de plataformas para poder competir digitalmente. No entanto, nada é tão fácil, alertam os economistas Richard Schmalensee e David S. Evans, autores do livro Matchmakers: the new economics of multisided platforms.

Nesta entrevista, Schmalensee, ex-diretor da MIT Sloan School of Management, e Evans, presidente da consultoria Global Economics Group, não desconsideram as dificuldades associadas à  construção de uma plataforma de sucesso, mas  também tratam dos caminhos que podem fazer diferença. Afinal, como eles próprios escreveram, o  empreendedor disposto a iniciar um negócio baseado em plataformas multilaterais “precisa resolver um quebra-cabeça complicado e lançar mão de estratégicas contraintuitivas para ter sucesso”.

O modelo “matchmaking”, de negócios que criam valor conectando diferentes grupos, existe há muito tempo. Inclui de mercados gregos a empresas de cartão de crédito, segundo vocês. Podemos dizer, então, que o diferencial trazido pelas tecnologias digitais é tão somente fazer com que esses negócios se tornem mais comuns e mais importantes?